Pais fora de casa, àquela loucura de arrumar tudo. Odeio esses
preparativos para o Natal. Comemorar o quê? O nascimento do menino Jesus? Tá. E
de tantos outros deuses/profetas que nasceram neste mesmo dia. Pra mim, não tem
tanta importância, mas respeito os que gostam. Papai Noel e todo seu peso de
capitalismo. Fico imaginando as criancinhas sem condições financeiras... Como
devem se sentir? E os seus pais? Seus amiguinhos saltitantes por ganharem X
presente, ter comida Y na ceia, ganhou sandália do personagem Z... Além da
falsidade dos parentes. Daquelas piadinhas é
pavê ou pá cumê? e as perguntas minha
filha e os namoradinhos?
Venhamos aos fatos. Estava eu organizando a casa enquanto ouvia
Legião Urbana, não sei ao certo qual
música estava tocando, mas na minha cabeça ouvia quem um dia irá dizer que não existe razão das coisas feitas pelo
coração? E quem irá dizer que não existe razão? Eis que meu celular toca. É
você. Minha linda, liguei para desejar
boas festas. Vou passar a noite
trabalhando. Se você ainda estiver na cidade, manda mensagem. Quero te
encontrar. Incrível como fico sem palavras quando ouço sua voz. Tenho tanto
a dizer, mas tão pouca coragem. Vou ver
com meus pais a data da viagem e quando descobrir, envio mensagem. Posso
ouvir sua respiração e como desejo que ela se junte a minha a ponto de não
sabermos quem é quem. Bem, minha linda,
tenho que ir. Vou voltar ao trabalho, tente descobrir a data. E se você não
estiver aqui amanhã, vou onde você estiver. Feliz Natal! Tem como odiar o
Natal depois disso? Estou simplesmente apaixonada por esta data. Ou seria por
você?